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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ele não iria desistir, como eu temia. Senti um pouco de culpa, a culpa familiar, sabendo que ele só estava fazendo isso porque eu insistira tanto, sabendo que ele tinha medo das conseqüências, muito mais do que eu, porque ele se responsabilizaria por qualquer coisa que acontecesse. Mas esses pensamentos desapareceram assim que ele me estabilizou em pé na areia, colou novamente seu corpo ao meu e buscou meu pescoço com os lábios frios.
“Devagar agora, Bella,” eu ouvi sua voz rouca e entrecortada. “Eu quero ver, conhecer você. Sonhei muitas vezes com isso.” As palavras foram acompanhadas pelo deslizar de suas mãos pelas minhas costas enquanto os lábios se colavam aos meus novamente. Fogo e gelo se mesclavam em mim; era impossível não perceber como sua pele, lábios e língua eram frios ao toque. A sensação de que eles queimavam sobre mim era de um prazer inigualável, porém o rastro que deixavam ao mudar de lugar não era de frio ou de dor, e sim de um calor impossível. Arrepios surgiam nos pontos em que ele me tocava, e se alastravam pelo meu corpo, me causando arrepios e tremores. Enquanto me beijava lentamente, saboreando cada toque, com paciência, as pontas de seus dedos exploravam minhas costas da base da nuca até a curva dos quadris. A língua percorria meus lábios sem pressa, entreabrindo-os e tocando minha própria língua, fazendo movimentos de reconhecimento, de invasão, o que espalhou um calor já familiar no centro de meu corpo, no estômago, e entre as pernas. Ele arriscou uma leve mordida em minha língua. Me senti desfalecer por alguns segundos, respirei mais profundamente, buscando o ar que me faltava. Ele pareceu perceber, e parou por um momento, pousando as palmas da mão em meus quadris, possessivamente. Ouvi sua risada rouca e baixa quando gemi involuntariamente ao sentir que ele parava.

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