Eu sabia que estava estragando o clima, mas não conseguia controlar os pensamentos, e mais uma vez, eu senti que estava prestes a arruinar tudo. Porque isso acontecia comigo? E justo nesse momento? Eu sempre estragava tudo.
Não consegui responder, porque não consegui nem mesmo aceitar que minha mente estivesse tendo uma crise de consciência naquele momento, depois de tudo que já acontecera, mas talvez fosse exatamente o momento certo, antes que algo mais acontecesse.
“Bella, o que houve?” De repente ele estava ao meu lado, guardando certa distância. “Fale comigo. Não está arrependida, está?” Os olhos agora transbordavam algo que beirava o pânico, e eu não pude mais pensar, ou me conter. Estendi as mãos para ele, que entrelaçou os dedos nos meus, me devorando com os olhos, tentando alcançar meus pensamentos, mas impotente.
De repente tudo que eu estava pensando veio à tona, não consegui mais segurar as palavras. Disse tudo que pensara nos últimos instantes. Sobre a preocupação constante. Sobre eu ser algo único na vida dele. Sobre o amor ser na verdade um campo de batalha. Ele ouviu tudo em silêncio, com um ar solene. E por fim, disse a ele que não queria nada que ele não quisesse inteiramente. Que se ele ainda tivesse alguma dúvida, qualquer uma, eu não o forçaria mais a continuar, independente de qualquer acordo prévio, porque eu sabia que ele estava passando por sofrimento demais para me dar aquele momento. E que eu não me importava em morrer em seus braços; o que me importava era saber o que quão horrível ele se sentiria se algo me acontecesse.
Quando terminei, houve um período de silêncio. Dei tempo a ele, que ficou imóvel, pensativo, enquanto eu me apercebia novamente da beleza do ambiente ao redor. Apesar da água morna, uma brisa fresca começou a soprar do norte, e o ar fresco contra minha pele molhada me causava arrepios. O cheiro da brisa era salgado, me lembrava um pouco a brisa da praia em La Push. Outra vez agradeci mentalmente por ter um cérebro torto e inacessível a Edward.
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