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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Perdi a noção do tempo e de tudo que fiz enquanto ia aprendendo com ela o que era a satisfação que eu tanto buscara. Só sei que nos deixamos levar pela vontade dos corpos, provando, descobrindo novas formas de encaixe, novas sensações. Por mais duas vezes eu me aproximei do descontrole, quando cheguei muito próximo do êxtase, e na terceira vez tudo se apagou, quando a onda enfim chegou ao limite mais rápido do que eu previa e quebrou numa nuvem de espasmos do meu corpo sobre o dela, e eu me senti esvaziar, rápido e devagar, pulsando, até que eu não era mais Edward Cullen, eu era apenas um ponto suspenso num mar feito do cheiro e do calor dela. Eu estava vivo novamente. Não havia mais frio, nem poderes sobrenaturais, nem fome de sangue. Eu não era mais o predador, eu apenas existia, simplesmente, e era feito inteiramente de eletricidade. Eu não sabia como ela estava, se tinha chegado ao mesmo ponto junto comigo, se estava inteira ou em pedaços devido à força de meu abraço, de minhas mãos apertando suas costas, seus braços, mas também não conseguia pensar. Havia apenas o bem-estar. Pela primeira vez desde que me tornara um vampiro eu apaguei tudo. Minha mente não existia. A inconsciência se abateu sobre mim, e se eu tivesse um coração batendo acredito que ele pararia por alguns instantes, enquanto tudo estava suspenso. Depois houve apenas paz.
Voltei um pouco assustado, como quem acorda de um sono leve, as percepções voltando todas ao mesmo tempo, pouca luz, as velas derretidas nos candelabros, algumas já apagadas, o cheiro intoxicante de suor e sexo que vinha de Bella, os barulhos da noite, o calor do ar da ilha, o calor do corpo dela, os lençóis um pouco úmidos embaixo do meu corpo, as pontas dos meus dedos formigando, o pulsar estável de seu coração, a respiração rítmica e tranquila. Ela estava me olhando, serena, os olhos novamente cor de chocolate, com a expressão um pouco cansada.

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