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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Muito melhor do que eu previra. Depois de saciar a curiosidade inicial – e eu ficava olhando para ela, prestando atenção em suas reações, e ela ainda conseguia ficar ruborizada – comecei a misturar estímulos, sem me separar dela, com os lábios e as mãos passeando por todo o seu corpo, por todos os pontos sensíveis, e rapidamente os gemidos baixos se tornaram altos, e em alguns momentos gritos de surpresa, quando eu fazia algo de inesperado. Eu me guiava por seus gemidos e suas respostas, as batidas do coração, o ritmo da respiração, e ia navegando num mar estranho e desconhecido, sem uma direção única a seguir, flutuando ao sabor das ondas, me deixando levar pela maré. Percebi que em alguns momentos ela parecia prestes a dizer alguma coisa, e depois mudava de idéia. Eu ficava mordido de curiosidade, triplamente mortificado por não conseguir acessar seus pensamentos, porém não tinha coragem de quebrar o encanto do momento com perguntas ou palavras. Palavras eram desnecessárias. Meu corpo dizia tudo, e o dela respondia, numa dança lenta, hipnótica, antiga como o mundo. Aqui ela não era nem um pouco desajeitada; era uma amante habilidosa e natural. Eu percebia isso pela forma com que ela se abandonava ao instinto, sem cálculos, sem complicações, uma vez superada a maior parte da vergonha.
Quando percebia que ela estava excitada demais eu diminuía os movimentos até parar, deixando que ela se controlasse. Os protestos que ela fazia quando eu parava só aumentavam meu desejo de prolongar tudo, sabendo que quando ela atingisse o clímax novamente ele viria com muito mais força. Tentei ajustar o ritmo dela ao meu, conduzindo com paciência seu corpo em chamas, mas era difícil; ela se abandonava com mais ímpeto, e às vezes eu tinha que chamá-la em voz baixa, acalmá-la, trazê-la de volta ao meu ritmo.

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